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Imagem: internet, modificada
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É possível odiar quem nos ama? Muito possível sim. O caminho é turvar nosso olhar e nossa alma (coração, mentalidade afetiva), para que não possamos mais ver com clareza aquilo que o outro nos mostra ser. Olhar para o outro com o vítreo do olhar enfumaçado, permite que aquilo que vemos torne-se um espelho e reflita nossa própria imagem, com apenas leves sombras, um vulto, do que o outro realmente seja.
Na prática, começamos a olhar o outro, quando olhando demais para este espelho que criamos, vemos nossas próprias mazelas, mas também isso acontece quando filtramos o outro apenas com percepções negativas. Quando vemos apenas os defeitos de quem amamos, ainda que os olhemos com amor, que começa como constatação, transformando-se em piedade, crescendo para ira, e finalmente, já sedimentado, aparece o ódio, estabelecemos uma relação de amor e ódio, assim como óleo e água, cuja densidade de um jamais permitirá que se junte ao outro, mesmo que dentro do mesmo recipiente.
O ódio também pode unir, e até mesmo derrotar, por empreitada, grandes inimigos em comum, mas tal como uma casa, que necessita de esteios e paredes para sustentar o telhado, a relação que não sobrepujar o ódio, não se firmará com os ventos. O ódio é uma cobertura de palha, que desaba na primeira chuva mais forte. A casa que for edificada por esteios firmes, com cobertura resistente, será mantida firme ainda que castigada por meses de intempérie. Será uma casa edificada sobre a rocha, e com rocha como pedra de esteio.
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Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha;
E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.
E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia;
E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.
Mateus 7:24-27
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