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Origens da imigração açoriana


 
http://www.portaldodivino.com/Artigos_2008/imigracao.htm

Enquanto no Sul do Brasil o Império Português se defrontava com o problema de possuir muita terra para pouca gente, nas ilhas dos Açores a situação era inversa: havia muita gente para pouca terra. Assim, a decisão da coroa portuguesa de promover a imigração de açorianos para a região de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, em meados do século XVII, representou a solução de dois problemas, aliviando a pressão populacional nas ilhas e garantindo ao sul um povoamento mais denso do que o do sistema de sesmarias (uma sesmaria tinha 10.503 hectares), em que enormes glebas de terras ficavam nas mãos de poucos proprietários.

A imigração subvencionada de casais açorianos foi feita a partir de 1748 (mais informações sobre os primórdios dessa imigração). Calcula-se que, entre 1748 e 1756, entraram no Rio Grande aproximadamente 2.300 açorianos - o que representava dois terços da população gaúcha de então. A idéia inicial era utilizá-los para ocupar a região das Missões, que pelo Tratado de Madrid (1750) passaria para Portugal, em troca da Colônia de Sacramento. No entanto, o Tratado foi anulado, Portugal não entregou Sacramento e nem recebeu as Missões, e os açorianos ficaram instalados nas margens do rio Jacuí.

Com a invasão espanhola (em que foi ocupada a cidade de Rio Grande, em 1763), os comandantes militares portugueses fundaram diversas praças militares ao longo do Jacuí, para garantir o acesso, por via fluvial, a Rio Pardo, que se tornou, após a invasão, o posto mais avançado do domínio português. É nessa época que foram criadas as vilas de Santo Amaro, Triunfo, Taquari e, finalmente, a própria Rio Pardo. Além dos açorianos - que já se encontravam na região - foram concentrados na área os "retirantes" vindos das regiões mais ao sul, como de Rio Grande.

Tendo recebido pequenas datas de terra e residindo em vilas, os colonos açorianos introduziram no Rio Grande a policultura, plantando aqueles produtos que lhes garantiam a subsistência e vendendo os excedentes nas vilas.

Entre os seus cultivos destacou-se, até o início do século XIX, o trigo. Mas, em uma região de permanentes conflitos, cercados de grandes propriedades, os colonos açorianos terminaram por se incorporar ao meio, e se transformaram, aos poucos, em estancieiros.

Essa primeira tentativa de colonização pela pequena propriedade fracassou e seria preciso esperar quase cem anos para que a idéia tivesse sucesso. No entanto, os açorianos deixaram algumas marcas na cultura gaúcha. São tipicamente açorianos os hábitos de se organizar irmandades que se dedicam à manutenção de uma igreja ou de obras de caridade.

Aliás, uma das mais antigas irmandades do estado, e uma das poucas que ainda funciona, é a de Santo Amaro, fundada em 1814.
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Milicianos receberam terras como pagamento
Dentro da origem portuguesa do Rio Grande, uma outra corrente, além de lagunenses e açorianos, não pode ser esquecida. Trata-se dos milicianos que, atraídos pelo soldo e pela perspectiva de receber terras ao final do período de engajamento, vinham para cá como membros das tropas portuguesas. Eram, em sua maioria, originários das capitanias de São Paulo e Minas Gerais, e através das sesmarias que lhes foram concedidas, ocuparam uma fatia significativa do Rio Grande.

Para responder à pressão espanhola, que cresceu a partir da invasão de 1763, foram concedidas, a militares, terras nas regiões mais ameaçadas. Com isto o povoamento voltou-se para o sul, indo até Camaquã; para o sudeste (seguindo os vales do Camaquã Mirim e do Piratini) e para o oeste a partir de São Sepé, pelos vales dos rios Vacacaí-Cacequi e Santa Bárbara.

É dessa época que data a fundação de várias pequenas vilas, que serviam de centros administrativos e religiosos de apoio aos moradores das sesmarias: Pelotas (a partir de 1780 começou seu povoamento); Encruzilhada (1770); Erval (que surgiu ao redor de um acampamento militar, em 1791); Caçapava e Canguçu (em 1880).

Esses povoados e as sesmarias que os cercavam, garantiram a presença portuguesa ao sul do Jacuí. A bacia do Vacacaí também foi ocupada de 1790 (ano da fundação de São Gabriel) a 1794 (quando se fundou São Sepé). O mesmo aconteceu com a Depressão Central, onde, em 1727, havia sido estabelecido um acampamento militar que deu origem a Santa Maria.

Já a região das Missões foi conquistada em 1801, mas permaneceu com uma densidade de ocupação muito baixa: uma área com cerca de 10 mil quilômetros quadrados até o rio Ibicuí, foi concedida a apenas 14 donatários - entre os quais, naturalmente, estavam os conquistadores da região. Também foi através de milicianos que receberam sesmarias que se ocupou a zona da fronteira, com cidades surgindo a partir de acampamentos e fortificações. É o caso de Bagé, São Gabriel, Alegrete e Livramento.

Essas ocupações de milicianos tiveram sucesso onde a colonização de pequenas propriedades com açorianos não teve. Pois a estância, comandada por um militar ou ex-militar e razoavelmente auto-suficiente, tinha condições de resistir aos ataques que porventura sofresse.

Já a pequena propriedade açoriana estava totalmente exposta, e não tinha como garantir a defesa do solo. Entretanto, não se pode minimizar a importância da colonização açoriana. Pois foi deles, dos milicianos de Minas e São Paulo e dos lagunenses, que se formaria a corrente luso-brasileira do sangue gaúcho que, mais tarde, se misturaria a muitas outras.

 Pesquisador Jone Cezar de Araujo

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