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Curiosidades

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 Parve - Neutro
 
 Os alimentos que não são nem carne nem leite são chamados parve (neutros). Isto significa que eles não contêm carne nem leite, nem em seus derivados, e que não foram cozidos ou misturados com nenhum alimento de carne ou de leite.
Ovos, peixes, frutas, hortaliças, grãos, cereais e sucos naturais, massas, refrigerantes, café, chá e muitos tipos de balas e lanches são exmplos de alimentos parve.
Um item parve torna-se de laticínio ou de carne se for preparado junto com alimento de uma dessas categorias. Por exemplo: um macarrão na manteiga é considerado laticínio, perdendo seu status parve e tendo que ser servido em utensílios de leite, neste caso.
Todo o alimento parve industrializado perde sua condição de parve se processado em equipamentos usados para laticínios, ou quando são utilizados aditivos. O rótulo nestes produtos não fornecem informações sobre o processamento de fabricação, fundamental para liberar seu consumo. Em todo e qualquer alimento industrializado é imprescindível a verificação de um rabino ortodoxo.
Muito embora os alimentos parve apresentem menos complexidades de Cashrut do que os alimentos de carne ou leite, muitos detalhes devem ser considerados.
Peixes
"Podereis comer de tudo o que vive nas águas, seja nos mares ou nos rios, desde que tenha nadadeiras e escamas" (Vayicra' XI:9).
Peixe é um alimento parve, neutro. Somente peixes que têm tanto nadadeiras como escamas são Casher. O Talmud cita que todos os peixes que apresentam escamas possuem também nadadeiras, entretanto, a presença de nadadeiras não indica que possuem escamas.
A definição de nadadeiras e escamas deve ser conforme designada pela Lei judaica. Nem tudo o que é normalmente chamado de escama está de acordo com o padrão da Torá. Portanto, certifique-se de comprar peixe somente de um peixeiro que esteja familiarizado com os tipos de peixes Casher.
Ao comprar peixe, compre-o inteiro para que você possa ver as nadadeiras e as escamas, ou então, se o peixe estiver cortado em postas, em filés ou moído, compre somente de uma peixaria que vende exclusivamente peixes casher. Isto assegurará que as facas e outros utensílios são usados unicamente para peixes casher. Um cuidado que deve-se ter é a observação dos peixes, pois alguns costumam ter vermes compridinhos, principalmente na cabeça, espinha e às vezes até na carne, o que o torna proibido ao consumo, conforme a Halachá. Portanto, deve-se olhar minuciosamenteo peixe cru para constatar sua pureza com relação aos vermes ou adquiri-lo em uma peixaria casher.Se a opção for comprar em uma peixaria que vende todo tipo de peixe, a pessoa deverá levar sua própria tábua e facas à peixaria além de assistir a limpeza e corte do peixe.
Sardinha, atum, etc, em lata necessitam surpevisão rabínica por causa dos óleos e outros aditivos e por não poderem ser, após enlatados, reconhecidos pela sua espécie (se pertencem aos peixes com escamas, ou não). Há inclusive fábricas que utilizam componentes à base de leite em latas de sardinha e atum, mas que não necessariamente aparecem em suas embalagens. Todo peixe segue a regra para produtos industrializados: qualquer processo de fabricação selo casher de um rabino ortodoxo competente.
Combinando peixes com outros alimentos
Peixe e carne: Não há proibição de ingerir o sangue do peixe, nem é exigido abate especial. É um alimento parve, neutro, podendo ser consumido em uma refeição de carne ou de leite, desde que se observem alguns cuidados: peixe e carne não podem ser cozidos nem comidos juntos, entretanto, podem ser comidos na mesma refeição, em pratos separados em talheres distintos ou lavados. Entre peixe e carne é costume ingerir algo para separar os sabores.
Peixe e leite: Entre os judeus sefaraditas há o costume de não ingerir peixe com queijo ou leite e quando servidos em uma mesma refeição, serem servidos em pratos e talheres separados.
Na comunidade ashkenazita não se costuma cozinhar peixe com molhos à base de leite, manteiga, etc, exceção feita ao queijo. (Por exemplo: pizza de atum, é permitida).
No caso da não ingestão de peixe com leite, esta proibição foi instituida por nossos sábios pelo motivo de sacaná, perigo, pois pode afetar a saúde da pessoa que ingere ambos alimentos se cozidos juntos.
Peixes casher: Abrotea, anchôva, arenque, atum, bacalhau, badejo, barbado, betara,bonito, cambucú, cará, carpa, castanha, cavala, cavalinha, cherne, corimbatá, corvina, dourado, garoupa, gordinho, hadok, lambari, linguado, mandi, manjuba, merluza, mero, namorado, oliete, pargo, pescada (amarela, branca, do sul, inglesa, maria mole), piaú, porquinho, robalo, salmão, salmonete, sardinha, serra, sororoca, taínha, tilápia, tortinha, traíra, trilha, truta, etc.
Peixes não-casher: Anjo, bagre, cação, caçonete, enguia, manchote, moréia, peixe-espada, peixe-porco, peixe-serra, pintado, polvo, raia, viola, vongole, etc, e todos os frutos do mar (camarão, ostras, siri, lagosta, etc). Mamíferos cetáceos como golfinhos, botos e baleias, também são proibidos.
Ovos
De acordo com a lei judaica, os ovos com casca são parve e devem ser provenientes de aves casher e não conter nenhum sinal de sangue. Para certificar-se da ausência de sangue em ovos crus, estes devem ser abertos e examinados um a um em um prato ou copo transparente. Se for encontrado qualquer sinal de sangue, o ovo inteiro deverá ser descartado e o copo ou prato lavado com água fria. Uma única gota de sangue faz com que este ovo não seja casher.
No caso de ovos duros é preferível ter uma panela somente para fervê-los, colocá-los em número ímpar e para verificar se possuem sangue ou não após cozidos, descascá-los e olhar se na clara ficou um ponto escuro (este é o sangue que ao ser cozido vem para fora). Os ovos de casca escura, bem como os ovos orgânicos, tem mais probabilidade de conter manchas de sangue. Prefira ovos brancos.
Ovos sem casca retirados de uma ave, não são parve, mas considerados bassari, de carne. Devem ser preparados ou servidos somente em utensílios de carne.
Verduras, frutas e hortaliças
Hortaliças frescas, frutas e grãos, em seu estado natural e não- processado, são casher e parve. Podem ser consumidos tanto com laticínios como com carne. No entanto, uma vez que uma hortaliça foi combinada com um produto de carne ou de leite, se torna respectivamente um produto de carne ou de leite.
A Torá proíbe comer vermes e insetos, vivos ou mortos. As verduras, frutas e hortaliças devem ser minuciosamente examinadas. Entre as verduras incluem-se folhas (alface, agrião, espinafre, couve, couve flor, brócolis, etc), grãos (feijão, lentilha, grão de bico, milho para pipoca, etc) e frutas (morango, maçã, etc).
O problema mais comum nas verduras é uma possível infestação de insetos. A proibição contra o consumo de insetos, vermes, larvas e seus ovos, mesmo os mais minúsculos é muito rigorosa. Embora minúsculos, são visíveis a olho nu e devem ser removidos.
Nossos sábios dizem no Talmud que ao ingerir um certo tipo de verme a pessoa pode estar transgredindo até seis proibições. Portanto, antes de ingerir qualquer fruta ou verdura (ou mesmo peixe - que costuma ter vermes), é fundamental verificar tudo com cuidado para se certificar de que está isento de qualquer infestação.
Frutas e verduras in natura de todos os tipos podem ser compradas em feiras, supermercados, etc, sem necessidade de atestado de cashrut. O mesmo é válido para cereais e grãos, como farinha de trigo, de milho, de mandioca, fubá, aveia, arroz, feijão, ervilha, lentilha, folhas em geral (estas devem ser verificadas antes de usar). Todos estes produtos,após cozidos ou industrializados, só podem ser comprados se houversupervisão rabínica.
Folhas - todo tipo de folha, como alface, repolho, agrião, salsão, salsinha, cebolinha, etc. costuma conter vermes. Para que possam ser usadas devem ser deixadas de molho por mais ou menos meia hora em água com vinagre, ácido acético ou germicida para matar os vermes. Assim, é mais fácil removê-los posteriormente. A seguir, folha por folha (mesmo as pequenas) devem ser lavadas em água corrente e examinadas contra a luz para constatar que estão isentas de qualquer verme. As vezes, os vermes das folhas são da própria cor da folha. É muito difícil distinguí-los, necessitando muito cuidado na hora da verificação.
Couve-flor e brócolis - nestes dois legumes é praticamente impossível detectar vermes, pois contêm infindáveis folhinhas minúsculas e de difícil acesso. Por isso, em muitas casas judias não se costuma comê-los ou come-se somente os talos após bem verificados.
Berinjela - antes de cozinhar ou assar deve-se cortá-la ao meio em pedaços para se certificar de que não contém vermes. Às vezes, a berinjela não mostra nenhum sinal externo da presença do verme, porém este cresce dentro dela de forma visível (costuma deixar rastros de areia).
Tomates - pepinos, batata, cenoura, cebola, alho, abobrinha, mandioquinha, entre outros, se encontram na categoria de legumes mais simples de verificação, já que ao serem cortados, qualquer um poderá notar se estiverem estragados e desta forma, descartá-los para o consumo.
Grãos - feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico, etc. devem ser colocados de molho em água por várias horas antes de cozinhar, facilitando assim a verificação. Depois devem ser examinados cuidadosamente, dos dois lados, certificando-se que não contêm orifícios que comprovam a presença de vermes. É costume abrir o grão-de-bico na metade, após terem sido colocados de molho, pois os vermes não deixam orifícios visíveis nesta leguminosa. O milho de pipoca deve ser bem observado, um por um, se não contém orifícios ou pontos pretos, indicando a presença de vermes. A espiga de milho deve ser colocada de molho no vinagre antes de cozida; se contém vermes, estes saem depois deste molho. Os grãos de arroz devem ser verificados para que não tenham extremidades pretas indicando terem sido comidos por vermes.
Um rabino ortodoxo deverá ser consultado quanto às suas recomendações para verificação e uso dessas verduras sempre que surgir dúvidas.
Verduras industrializadas
Os vegetais processados, como os congelados ou enlatados, podem apresentar sérios problemas de cashrut. Podem conter ingredientes de carne ou leite ou terem sido processados em recipientes utilizados para carne e laticínios, ou fabricados na mesma divisão ou conectados a outros alimentos não-casher.Todos os alimentos naturais processados também requerem supervisão de cashrut de confiança, inclusive muitos produtos de soja, guloseimas e bebidas naturais.
Farinhas
Em países tropicais como o Brasil, o clima quente e úmido favorece a proliferação de vermes e insetos. Isto faz com que seja obrigatório peneirar as farinhas antes de sua utilização. Para que o papel da peneira seja eficiente na eliminação de bichinhos, é necessário utilizar uma peneira cujos furos sejam menores que os vermes e insetos existentes (suas cerdas chegam a ser vinte vezes mais finas que as peneiras comuns).
Existem peneiras cuja malha é especial para este fim. No entanto, a rede retém vermes e insetos mas não seus ovos (como não podem ser vistos a olho nu, enquanto misturados na farinha são considerados anulados). Em pouco tempo e por incubação, estes ovos se transformarão em novos vermes. A farinha, por este motivo, deve ser utilizada imediatamente após a peneiração. Se for bem estocada sob refrigeração ou no freezer, (a 0º c) não precisa ser peneirada novamente por um período de dois a três meses.
Farinhas cujos grãos não passam pela peneira deverão ser examinadas da mesma forma que grãos. Ex: farinha de fubá, centeio, semolina, farelo e germe de trigo.
Massas
Ao assar pão, deve ser cumprida a Mitsvá de Hafrashat Chalá (a separação de parte da massa). Hafrashat Chalá evoca a época em que parte da massa era dada aos Cohanim, descendentes de Aharon, responsáveis pelos serviços realizados no Bet Hamicdash.
Antes de assar massa de pão, bolo, biscoitos, etc., (feita com farinha de trigo, cevada, centeio, aveia e espelta ou a mistura de qualquer um desses), separa-se dela um kezáyit (28,8 g), queimando-o num recipiente separado daquele utilizado normalmente para os alimentos.
A bênção só deve ser recitada (no ato de separar o pedaço da massa) se a massa total tiver mais de 1,666 kg de farinha. Entre 1,200 e 1,666 kg, separa-se e queima-se o pedaço da massa sem recitar a bênção; com menos de 1,200 kg não é necessário separar parte da massa; porém há quem costume recitar a bênção já a partir de 1,250 kg.
Pode-se juntar vários tipos de massas para fazer a separação da chalá. Em massa líquida, o pedaço é separado após assá-la. O mesmo se aplica quando se esquece de separar a massa antes de assá-la.
Antes de comer o pão é necessário lavar as mãos ritualmente, recitando a bênção de AI Netilat Yadáyim e, em seguida, de Hamotsi. Depois de comer pão, ou uma refeição que inclua pão, concluímos com o Bírcat Hamazon (a Bênção de Graças).
Macarrão
Deve ser liberado para consumo sem selo ou com sistema de lote (com selo) por um rabino ortodoxo. Ao ficar guardado deve ser verificado antes do cozimento em busca de pontos pretos. É aconselhável guardá-lo na geladeira mesmo cru.
Mesmo que bem examinado, se for constatado após cozido que o alimento contém pelo menos três vermes, todo ele deve ser jogado fora. A panela, no entanto, continua casher.
Vinho
O vinho e o suco de uva, mais do que qualquer outra bebida, representam a santidade do povo judeu. São usados para a santificação do Shabat e Festas Judaicas.
No Templo Sagrado o vinho era derramado sobre o Altar, juntamente com o sacrifício. Entretanto, uma vez que o vinho era e ainda é usado em muitas formas de culto idólatra, ele ocupa uma posição única na Lei Judaica, que impõe restrições especiais a sua produção e manipulação.
Qualquer subproduto que contenha vinho ou suco de uva, como vinagre de vinho, bala, geléia ou refrigerante de uva, conhaque e outras bebidas que possam ser destiladas ou misturadas com vinho, só poderão ser ingeridos quando possuírem supervisão rabínica confiável.
Vinho feito por um judeu, que após seu preparo tenha sido fervido, não apresenta mais problemas de cashrut. Um suco de uva ou vinho de passas cujas uvas ou passas foram cozidas antes de extrair o suco é considerado vinho cozido.
Atualmente, a maioria dos vinhos casher comercializados costuma vir fervida já da vinícola. Para se ter certeza, basta verificar a etiqueta ou o invólucro se consta a palavra mevushal (fervido). No entanto, muitos vinhos finos casher, principalmente os franceses, não vêm fervidos, o que presume que deve-se tomar redobrados e rigorosos cuidados em sua manipulação e na forma como deverá ser servido. Há leis muito específicas relativas ao vinho e um rabino ortodoxo deverá ser consultado.
Outras bebidas
A maioria das cervejas, vodkas e uísques puros não costumam apresentar problemas. É necessário consultar sempre um rabino ortodoxo ou verificar a existência de selo confiável de cashrut antes do consumo destes produtos. Atualmente, há problemas com as vodkas já que há mistura de sabores na fabricação de novas bebidas que misturam a vodka pura com corantes além de outros ingredientes não-casher.
Outras bebidas alcoólicas como licores de frutas e brandies podem conter ingredientes problemáticos como leite, aditivos à base de vinho, etc e devem ter supervisão rabínica, com ou sem selo.
Bebidas alcoólicas tais como o conhaque e outras aguardentes de frutas são feitas a base de vinho. Licores e "blended whiskys" são muitas vezes misturados com vinho. Todas essas bebidas requerem supervisão de Cashrut, assim como o arenque com molho de vinho.
Ingredientes de uvas em alimentos processados
Todos os líquidos produzidos a partir de uvas frescas ou secas, sejam alcoólicos ou não-alcoólicos, tais como suco de uva e vinagre de vinho, são considerados como vinho de acordo com a Lei judaica. Portanto, alimentos com aditivos ou aromatizantes de uva devem sempre ter um selo de cashrut confiável. Exemplos típicos são as geléias, refrigerantes, picolés, balas, sucos artificiais, ponches de trutas e limonadas.
Vinagre
Molhos e temperos que contenham vinagre devem possuir supervisão rabínica para constatar sua procedência casher. O mesmo diz respeito ao vinagre de álcool ou maçã que só podem ser adquiridos se supervisionados anteriormente por um rabino, pois podem conter uma proporção mínima de vinagre de vinho e outros ingredientes não casher.
Muitas conservas contém vinagre, mesmo mantidas em salmoura; se vendidas a granel, como por exemplo, azeitonas e alcaparras, podem conter vinho ou vinagre, necessitando de supervisão.
Vários produtos que contém tártaro ou ácido tartárico e o próprio creme tártaro que é feito com borra de vinho requerem supervisão rabínica rigorosa; de outra forma, não é Casher.
Adoçantes naturais
Todos os tipos de açúcar existentes no mercado (refinado, cristal, demerara, mascavo, confeiteiro, etc) são casher. Quanto a adoçantes artificiais requerem verificação confiável ou selo de cashrut.
Produtos industrializados
Seguem a mesma regra básica: é imprescindível terem uma Supervisão Rabínica. Todos os alimentos processados requerem supervisão rabínica confiável que atestem que podem ser consumidos em acordo a lei judaica. Isto aplica-se a todo produto que passa por processo de fabricação: legumes congelados, bebidas, balas, biscoitos, etc.
Há problemas de cashrut em muitos aromas e corantes que constam em código na embalagem. Às vezes, o produto não-casher está em quantidade mínima, não aparecendo nos ingredientes e, mesmo assim, transforma o produto em não-casher. Por isso, não basta apenas olhar os ingredientes de um produto, tornando-se imprescindível a supervisão rabínica competente.
Remédios e vitaminas
A Torá considera de vital importância cuidar da saúde, prevenir e curar doenças. Mas vitaminas e remédios devem ser questões relevantes, devendo ser casher ou ter seu uso autorizado por um rabino ortodoxo.
Muitas vitaminas em cápsulas são feitas de gelatina animal e muitos comprimidos são revestidos com ceras e resinas de origem também animal. Suplementos e remédios naturais e/ou vegetarianos podem incluir cápsulas de fígado não-casher, cálcio derivado de ostras, aromatizantes ou corantes de uva.
Muitos xaropes para a tosse são feitos com álcool e um produto químico, muitas vezes, derivado de fontes animais, a fenilalanina.
Bishul Acum
Todo alimento deve ser preparado através de uma chama cujo fogo foi acesso por um judeu observante do Shabat, o que significa que ele é temente a D'us, segue os preceitos da Torá e procurará cumprir as leis de cashrut em todos os seus detalhes e com o máximo rigor.
Para um alimento ser casher é necessário que todo o processo, desde o início até estar apto ao consumo final, seja acompanhado por um judeu observante destas leis.
Restaurantes, hotéis e afins
Todo restaurante, hotel, etc, para ser casher necessita de supervisão rabínica em sua cozinha, o que inclui a presença de pessoas, shomer Shabat, observantes do Shabat, que irão acender o fogo, orientar e fiscalizar a confecção de todos os ingredientes e sua preparação, até o consumo final.
Jamais hesite: consulte sempre um rabino.

Esclarecimento importante: Atum é casher?

janeiro 20, 2011

Postado por Sha’ul Bentsion no Grupo de Discussões Torah Viva
O atum, na realidade, é o nome que se de dá a uma série de espécies do gênero Thunnus. Existe uma grande polêmica sobre se o atum é ou não um peixe de couro. O site da Coqueiro, uma das principais produtoras nacionais, chega a dizer que "seu corpo é coberto por pele." Alguns pescadores e produtores o classificam como peixe de couro, outros afirmam que têm escamas.
Isso para nós é relevante, porque a Bíblia diz: 

"De todos os animais que há nas águas, comereis os seguintes: todo o que tem barbatanas e escamas, nas águas, nos mares e nos rios, esses comereis." (Vayicrá/Levítico 11:9) 

Portanto, para que um peixe seja considerado casher (adequado para a alimentação), é preciso que tenha barbatanas e escamas. Mas, será que o atum tem escamas, ou é um peixe de couro?
O Centro de Ciências da Pesca da NOAA (Serviço Nacional de Serviços de Pesca Marinha), uma entidade do governo dos EUA, esclarece a questão:
"O atum tem escamas? 
Sim, todas as espécies têm, mas as escamas são tão pequenas sobre boa parte do corpo que são praticamente invisíveis. Escamas proeminentes aparecem somente em volta da cabeça, nas bochechas, e numa área triangular em cada lado do corpo, próximo à cabeça." 
 Fonte: http://www.nefsc.noaa.gov/faq/fishfaq1d.html
Ou seja, a confusão se dá porque o atum tem escamas muito pequenas, e em alguns espécimes elas só serão visíveis em regiões específicas do peixe. Por essa razão, alguns acabam achando que o atum é um peixe de couro, mas de fato todas as espécies de atum possuem escamas.
Portanto, fica aqui esclarecido que o atum é um peixe de escamas e barbatanas, e assim sendo, é próprio para o consumo.



Quanto à permissividade de se comer qualquer coisa

julho 19, 2009
Por Shlomo Ben Yisra’el
Quando falamos a respeito da nossa condição de vida kasher, as pessoas logo tentar encontrar desculpas e contestações para não cumprir as orientações da Torah quanto ao que se pode e o que não pode comer. Tentam utilizar textos fora de contexto como pretexto para dizer que nós estamos errados por cumprir os mandamentos do Eterno. Quero aqui fazer um singelo comentário acerca de um dos textos usados por algumas pessoas, muitas das vezes por falta de entendimento correto, é a passagem de Atos 10, sobre o lençol com animais, quando o Eterno ordena a Kefah que matasse e comesse daqueles animais. As pessoas que tentam usar este texto para negar os mandamentos acerca do kashrut, ainda repetem todos cheios: Não chames tu comum ao que Elohim purificou.
Mas o que será que há por trás desta passagem. Na verdade ela é muito mais simples de ser entendida do que parece, mas para isso é necessário ler todo o texto para que possamos entender o contexto. Pegue sua Bíblia e leia do versículo 1 ao 38 do capítulo 10 de Atos.
Algumas considerações que podemos fazer a partir da leitura do texto:
1          O texto começa contando a história de Cornélio de Cesaréia, um centurião romano, piedoso e temente a Elohim, assim como toda sua família. Um homem bom que agradava ao Eterno, não importando o fato dele não ser judeu, ou seja, ele era um goym, um estrangeiro, o que hoje chama de gentio. Este é o ponto mais importante para compreensão correta deste texto, Cornélio não era judeu.
2          Logo depois vemos o Eterno se revelando a Cornélio através de um anjo que garante que Elohim está se agradando da dedicação de Cornélio. O anjo pede para que Cornélio mande chamar Shimon Kefah para que este o oriente como proceder nos caminhos dEle.
3          Depois de ponto, a história se volta para Kefah, que enquanto orava teve fome e então temos a famosa visão do lençol. O que havia no lençol? Todos os quadrúpedes e répteis da terra e aves do céu. Pela resposta de Kefah podemos entender que haviam animais impuros, ou seja, aqueles que o Eterno determinou que não fossem comido. Neste ponto temos mais uma consideração interessante:
3.1        Kefah diz que NUNCA comeu nada comum ou imundo, ou seja, enquanto andou com Yeshua e mesmo depois ele, assim como todos os discípulos, continuaram a seguir os preceitos do Eterno.
4          A voz que Kefah ouvia dizia para não chamar de comum o que Elohim purificou. Muitos entendem que isso significa que o Eterno purificou os animais antes considerados imundos, mas será que é isso mesmo que a visão significa?
5          Vemos que a visão termina sem que Kefah tenha comido nada. Ele ficou perplexo, refletindo, tentando entender a visão, até que os homens de Cornélio chegaram perguntando por ele.
6          Então a Ruach avisa Kefah sobre os homens, dizendo para que ele não duvidasse pois tinham sido enviados pelo Eterno. Mas, porque Kefah duvidaria? Pelo fato de Cornélio ser goym, como já dissemos no começo. Para os judeus da época, os não-judeus eram considerados impuros e não merecedores da Torah e da vida com o Eterno.
6.1        É exatamente isso que Kefah explica no versículo 28, quando finalmente explica o significado da visão do lençol, quando podemos ver que nada tem a ver com animais e alimentação.
Vós bem sabeis que não é lícito a um yehudi ajuntar−se ou chegar−se a estrangeiros; mas Elohim mostrou−me que a nenhum homem devo chamar comum ou imundo; pelo que, sendo chamado, vim sem objeção. Pergunto pois: Por que razão mandastes chamar−me?

7          Podemos ver que o próprio Kefah explica a visão, mas as pessoas que tentam usar o texto da visão para provar que de tudo se pode comer esquecem de continuar lendo e não encontram o real significado.
Versículo 34:  Então Kefah, tomando a palavra, disse: Na verdade reconheço que Elohim não faz acepção de pessoas; 35 mas que lhe é aceitável aquele que, em qualquer nação, o teme e pratica o que é justo. 36 A palavra que ele enviou aos filhos de Israel, anunciando a paz por Yeshua HaMashiach (este é ADONAI sobre todos) − 37 esta palavra, vós bem sabeis, foi proclamada por toda Yehudah, começando por Galil, depois do mikveh que Yochanan pregou 38 concernente a Yeshua de Natzeret; como Elohim o ungiu com a Ruach HaKodesh e com poder; o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos de HaSatan, porque Elohim era com ele.
Podemos concluir então que a visão se referia aos não-judeus, que não deveriam ser considerados impuros, pois o Eterno os purifica. Nada tem a ver com alimentação. É importante entender que o Eterno pode usar de visões e ilustrações para que seus servos e profetas entendam o que quer dizer. São métodos didáticos usados pelo Eterno, que se aplicam a determinada situação e não querem dizer que se tornarão uma regra ou mandamento. Como exemplo disso, podemos citar outras duas situações onde o Eterno usa de métodos incomuns para falar algo, mas que não poderia ser entendidos como regra ou mandamento:
  • O profeta Isaías andou 3 anos nu e descalço. Será que isso significa que devemos sair por ai pregando a palavra do Eterno pelados? Quem nos ouviria? Seria a vontade do Eterno?
“Então, disse o Eterno: Assim como Isaías, meu servo, andou três anos despido e descalço, por sinal e prodígio contra o Egito e contra a Etiópia, 4 assim o rei da Assíria levará os presos do Egito e os exilados da Etiópia, tanto moços como velhos, despidos e descalços e com as nádegas descobertas, para vergonha do Egito”.(Isaías 20.3-4)
  • O profeta Oséias se casou com Gomer, uma prostituta, conforme ordenado pelo Eterno. Será que isso significa que o Eterno se tornou a favor da prostituição? Ou seria esta apenas uma forma de demonstrar de maneira mais prática a prostituição do povo do Eterno e suas conseqüências?
Enfim, é importante separar o que é mandamento perpétuo do Eterno daquilo que é sua metodologia peculiar de tratar com determinadas situações. Se o Eterno vier a você e disser que deve sair pregando dançando tango no metro, não significa que todo mundo deverá fazer isso, nem que o tango se tornou um mandamento.

Costumes brasileiros importados do judaismo

junho 6, 2009
Por Nelson Menda
É um privilégio poder viver em um país sem furacões, terremotos ou vulcões. Em uma nação gigantesca e extremamente fértil, considerada o verdadeiro celeiro da humanidade. Que consegue agregar à maior floresta tropical do mundo suas imensas reservas submarinas de petróleo, fato que a torna auto-suficiente em uma época de escassez dessa preciosa e limitada fonte de energia. Que possui incomensuráveis mananciais de água doce, o petróleo do amanhã, tanto na superfície quanto no subsolo. Que apresenta um extenso litoral, com 8.000 quilômetros de praias, algumas delas de cair o queixo. Um país que se orgulha em ostentar o título de maior nação cristã do mundo, desde o seu descobrimento pelos portugueses, católicos apostólicos romanos, há cinco séculos. Êpa, eu disse católicos apostólicos romanos? Peço desculpas aos leitores e à imensa legião de cristãos do país, mas acho que me equivoquei nesse último tópico. E já explico o porquê.
A ERA DOS DESCOBRIMENTOS
Apenas três anos antes do descobrimento do Brasil o número de judeus em Portugal ultrapassava a casa dos 10% da população. Cem mil judeus expulsos da Espanha em 1492 tinham procurado refúgio no país vizinho, pela própria proximidade geográfica, vindo se somar à já existente e próspera coletividade israelita do país. Portugal, à época, tinha uma população estimada em um milhão de habitantes. Por volta de 1496, quatro anos após a chegada dessa numerosa e qualificada leva migratória à terrinha, D. Manuel, o Venturoso, tido como “muy amigo” dos judeus, pediu a mão da filha dos Reis de Espanha, Isabel e Fernando, cujos nomes provocam, até hoje, arrepios em muitos sefaradis. A princesa, que não era esbelta nem esperta, foi buscar orientação com seu confessor, o temível Torquemada, que proibiu terminantemente sua entrada em solo português enquanto existissem judeus no país. D. Manuel estava em uma sinuca de bico. Por um lado, precisava dos judeus, alfabetizados, cultos, poliglotas, em cujo seio era possível encontrar médicos, astrônomos, tradutores e artesãos experientes no manejo do couro e dos metais, em uma época em que Portugal se lançava aos grandes descobrimentos marítimos e precisava dessa mão de obra altamente qualificada. Por outro, o soberano português temia, com justa razão, a presença ao seu lado de uma Espanha militarizada e agressiva que acabara de conquistar a Andaluzia aos árabes e expulsar os judeus do país. Espanha essa que possuía população e território muitas vezes superior ao de Portugal, um pequeno país espremido entre o mar e seu nada amistoso vizinho.
BATISMO EM PÉ
Com esse casamento, D. Manuel esperava matar dois coelhos de uma só vez. Além de constituir família e garantir a continuidade da sua dinastia, afastava, pelo menos momentaneamente, a ameaça de uma anexação de Portugal pela Espanha. Todavia, como resolver a delicada questão dos judeus, de que ele tanto precisava? No domingo de Ramos de 1497 D. Manuel convidou os israelitas da capital portuguesa para um grande encontro na Praça do Comércio, bem em frente ao Tejo, com a promessa de que embarcariam em navios que os levariam à Terra Santa, sonho da imensa maioria dos judeus ibéricos. Ao mesmo tempo, em segredo, convocou o maior número possível de padres, a quem foi distribuída uma grande quantidade da assim chamada água benta, no episódio conhecido como “batismo em pé”. Enquanto os religiosos católicos aspergiam a água dita santa sobre a multidão que se acotovelava no cais, D. Manuel, feliz da vida, enviava seu emissário à corte espanhola para avisar que não havia mais judeus em Portugal, só cristãos. E os judeus, olhos fixos no horizonte, “ficaram a ver navios”, pois além de ludibriados com a falsa promessa da viagem à Terra Prometida, ainda tinham sido convertidos, contra a vontade, em cristãos. Cristãos de segunda classe, diga-se de passagem, pois estavam proibidos de ocupar cargos no governo, no clero e na oficialidade militar. Esse lamentável episódio se, por um lado, evidenciou uma atitude de total desrespeito à liberdade religiosa em relação a uma parcela ponderável da população, por outro serviu para deixar uma marca indelével e inequívoca da presença judaica na formação do inconsciente coletivo de portugueses e brasileiros, o que pode ser constatado ao se analisar certos hábitos, muitos provérbios e até mesmo algumas estranhas superstições que se incorporaram à nossa maneira de ser. A própria expressão “ficar a ver navios”, para citar um exemplo, acabou sendo agregada ao vocabulário popular, servindo para designar uma situação de promessa não cumprida, de enganação, de desejo frustrado. Teria sido esse “ficar a ver navios” a única evidência da presença judaica no dia-a-dia da população luso-brasileira, de suposta maioria cristã? Claro que não e o objetivo deste artigo é exatamente o de utilizar artifícios freudianos para resgatar, dos profundos e nebulosos meandros do inconsciente para o estado de consciência plena, uma série de fatos que evidenciam, de forma cabal e inequívoca, a forte presença judaica nos hábitos da população brasileira.
“PÃO-DURISMO MINEIRO”: MITO OU REALIDADE?
Os judeus participaram de todos os ciclos da economia brasileira, inclusive o do ouro e pedras preciosas das Minas Gerais. Obrigados a se manter no anonimato, para não serem denunciados à Inquisição e ao mesmo tempo preocupados em seguir as regras dietéticas da kashrut (1), desenvolveram um mobiliário que permitia agradar a gregos e troianos, que é a famosa “mesa com gavetas” dos mineiros. Em que consistia? Muito simples: as mesas das cozinhas e copas onde eram realizadas as refeições dispunham de gavetas estrategicamente dispostas no lugar onde os comensais deveriam sentar. A cada refeição, eram preparados dois pratos para cada pessoa. Um, taref (2), para inglês ver, no caso de chegar alguma visita inesperada, composto pelos alimentos habituais da cozinha mineira, como lingüiça, torresmo, leitão e outros quitutes que, além de seu elevado teor calórico, eram proibidos aos judeus. O outro prato continha os alimentos preparados segundo a tradição judaica de não misturar carne com leite e derivados, de evitar a ingestão de crustáceos e peixes sem escamas e uma série de outras recomendações, especialmente a de não consumir carne ou gordura de porco. E era um tal de bota e tira os pratos nas tais gavetas a cada aproximação de um estranho que o zé povinho acabou forjando a lenda de que os mineiros eram pão-duros, pois preparavam dois tipos de comida. Uma, de melhor qualidade e sabor, para o pessoal da casa e outra, mais simples, para o caso de chegar uma visita inesperada.
O FESTIVAL DA ALHEIRA
Quem freqüenta, no Rio, as sinagogas Shel Guemilut ou ARI, já teve a oportunidade de passar pela frente de um tradicional restaurante português localizado nas proximidades. Esse estabelecimento costuma realizar, todos os anos, um “Festival da Alheira”, ansiosamente aguardado pelos apreciadores da boa mesa. Mas afinal, o que vem a ser a alheira? Uma das evidências para um judeu ser denunciado à Inquisição era o fato de não comer carne suína, especialmente os embutidos com ela preparados, como o presunto, os salames e as lingüiças. Uma casa portuguesa genuinamente cristã deveria exibir, penduradas e à vista de todos, fieiras de embutidos de porco preparados com essa carne considerada impura pelas leis dietéticas judaicas. Os israelitas portugueses, especialmente das regiões da Beira Alta e Trás os Montes, logo se deram conta do risco que corriam ao não exibir essa tradicional – e proibida – iguaria no entorno de suas casas. Criaram uma falsa lingüiça que, ao invés do porco utilizava carne de gado. No lugar do toucinho, de cor branca, colocavam nacos de pão e, para mascarar o cheiro, folhas de um arbusto da região de nome alheira que possuía um forte odor, semelhante ao do alho. Além de afastada a razão para uma possível denúncia, estava criado um novo e delicioso prato, que até hoje faz a festa em muitas casas e estabelecimentos especializados em culinária regional portuguesa. Mas atenção, antes de pedir uma alheira em um restaurante de comida portuguesa, bata um papo com o maitre a respeito do seu conteúdo, pois muitos fabricantes do produto, desinformados sobre a origem e o valor histórico da iguaria, acabaram substituindo a carne bovina por… adivinhe… nada mais nada menos do que… porco.
PASSAR A MÃO NA CABEÇA
Quem já não ouviu ou pronunciou a expressão “passar a mão na cabeça”, que significa proteger ou mesmo fazer vista grossa para um determinado fato?. Se o leitor suspeita que essa frase esteja relacionada ao ato judaico de abençoar alguém colocando as duas mãos sobre sua cabeça ao mesmo tempo em que se pronuncia uma breve oração em hebraico, está redondamente acertado. É mais uma prova da influência judaica na cultura popular brasileira.
VESTIR A CARAPUÇA
É uma expressão com origem trágica, pois remonta ao obscuro período da Inquisição em que os condenados eram obrigados a vestir trajes ridículos ao comparecer aos julgamentos e Autos de Fé. Além do sambenito, túnica com o formato de um poncho, precisavam colocar sobre a cabeça um longo e ponteagudo chapéu, conhecido como carapuça. A frase “vestir a carapuça” acabou sendo incorporada ao português escrito e falado com o sentido de “assumir a culpa”.
NÃO APONTAR PARA AS ESTRELAS
Apontar para uma estrela, segundo o conceito popular, poderia causar o surgimento de uma verruga na extremidade do dedo infrator. Qual a origem dessa crendice? É fácil de entender. O calendário judaico é regido pela lua e o despontar da primeira estrela marca o início de um novo dia, especialmente se esse dia for o Shabat (3). Antes da expulsão da Espanha de 1492 e da conversão forçada de Portugal de 1497 era comum que as crianças judias, ao entardecer das sextas-feiras, ficassem procurando no firmamento o brilho da primeira estrela, indicativa da chegada de um dia muito especial. Era a Estrela D’Alva, também conhecida como Vésper, mas que, na realidade, não é exatamente uma estrela, mas sim o Planeta Vênus, que por brilhar com mais intensidade se destaca dos outros corpos celestes. Quem apontasse primeiro provavelmente ganharia a admiração dos mais velhos e, quem sabe até, algum presente. De uma hora para outra esse gesto simples passou a ser denunciador da condição judaica e a primeira coisa que as precavidas mamães fizeram foi assustar seus filhos com a possibilidade do surgimento de uma baita verruga na ponta do dedo. A Inquisição, felizmente, já acabou há bastante tempo, mas a crendice ainda persiste em muitas regiões desse imenso país. Por isso, não se preocupe quando vir uma criança ou adulto apontando para o céu. Mesmo porque já se sabe que as verrugas são causadas por vírus e os dermatologistas dispõem de eficazes tratamentos para erradicá-las.
OFERECER A BEBIDA AO SANTO
É comum em muitos bares e botequins de norte a sul do Brasil despejar no chão o primeiro gole de aguardente, em sinal de respeito “ao santo”. Qual o santo? Nada mais nada menos do que o nosso conhecido Eliyahu Hanavi (4), o Profeta Elias da tradição judaica. Nas mesas do Seder (5) de Pessach (6) é costume reservar um lugar para o Profeta, colocando-se um prato, talheres e um cálice com o delicioso vinho adocicado especialmente preparado para a ocasião. Ninguém toca nesse cálice, reservado para Elias. Diz-se que, a cada ano, ele faz uma visita a todos os lares judaicos durante o Pessach e não ficaria bem encontrar seu cálice sem o precioso líquido. Com as perseguições aos judeus, começou a ficar perigoso mencionar o nome de Elias, que passou a ser chamado de “santo”. De profeta para santo e de vinho para pinga foi um pulo.
COVA DE SETE PALMOS DE FUNDURA
O grande escritor e poeta João Cabral de Melo Neto imortalizou nos versos de “Morte e Vida Severina” a estrofe que fala de uma cova com sete palmos de fundura. É uma tradição 100% nordestina envolver as pessoas falecidas em uma mortalha de linho, sepultando-a em cova preparada em terra virgem com a profundidade de sete palmos. Também fazia parte da tradição judaica ibérica, por ocasião da morte de um ente querido, ao invés de sepultá-lo em um caixão, revestir seu corpo em uma mortalha confeccionada com algodão ou linho e enterrá-lo em uma cova escavada igualmente em terra virgem e com os mesmíssimos sete palmos de profundidade. Os homens costumavam ser sepultados envoltos no seu talit (7), manto com franjas utilizado durante as cerimônias religiosas. Coincidência? Nada disso. O Nordeste foi colonizado por judeus, gente!
ACENDER VELAS PARA AS ALMAS
A cerimônia doméstica do Shabat tem início logo após a dona da casa ter acendido as duas velas do candelabro ritual e pronunciado a benção própria para a ocasião. Quando isso acontece? Um pouco antes do pôr do sol das sextas-feiras. Como driblar os olheiros da Inquisição? Acendendo velas “para as almas”, além das sextas, também às segundas-feiras. Pronto, estava resolvido o problema. O acendimento das segundas-feiras era só para despistar e o das sextas para valer. A moda de acender velas duas vezes na semana pegou. Para felicidade das almas e dos fabricantes de velas.
DIA NACIONAL DA FAXINA
Em que dia da semana os brasileiros costumam fazer a faxina e trocar a roupa de cama e banho de suas casas? Pense bem antes de responder: às segundas, terças, quartas ou quintas-feiras? Não acertou? Isso mesmo, pois todos sabem que o dia nacional consagrado à faxina é às sextas-feiras. Você já questionou o porquê desse dia? Será que não tem algo a ver com a preparação para o Shabat, que, por uma estranha coincidência, também acontece ao entardecer das sextas-feiras? Mais uma coincidência? Não, tudo a ver com um país que foi descoberto e colonizado por israelitas, que precisaram esconder essa condição durante muitos séculos para não serem denunciados, perseguidos, torturados e mortos pela Inquisição, mas que conseguiram transmitir para o restante da população uma série de costumes, provérbios e princípios que hoje em dia estão intimamente ligados ao próprio estilo de vida do povo brasileiro, ao qual os judeus, juntamente com os católicos, protestantes, muçulmanos, evangélicos, espíritas, budistas, umbandistas e agnósticos fazem questão, com muita honra, de pertencer.

(1)- Kashrut – Lei dietética judaica
(2)- Taref – Alimento impróprio para consumo pela lei dietética judaica
(3)- Shabat – Dia sagrado dos judeus, que vai do entardecer das sextas-feiras ao mesmo período do dia seguinte
(4)- Eliyahu Hanavi – Nome hebraico do Profeta Elias
(5)- Seder – Mesa cerimonial para a celebração do Pessach, a Páscoa Judaica
(6)- Pessach – Celebração festiva da libertação dos Judeus do jugo egípcio

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